No meio da multidão colorida e do batuque ensurdecedor do Carnaval paulistano, um grupo se destaca. Entre serpentinas e confetes, há passos firmes, sorrisos largos e uma energia contagiante que desafia o tempo. O Bloco Folia Eterna não é apenas um grupo de foliões — é um símbolo de resistência, alegria e celebração da vida.
Composto por idosos apaixonados pelo samba, esse bloco surgiu da necessidade de criar um espaço inclusivo para quem carrega décadas de Carnaval no coração. A idade nunca foi um obstáculo para a festa, e cada desfile é a prova viva de que a alegria não tem prazo de validade.
Samba que Não Envelhece
Dona Neuza, de 78 anos, e seu Orlando, de 82, são dois dos fundadores do Folia Eterna. Ambos cresceram entre blocos de rua e escolas de samba, e encontraram no grupo uma forma de continuar celebrando essa paixão. Ao som de marchinhas clássicas e sambas-enredo que marcaram época, eles e seus companheiros desfilam pela cidade, arrastando um público cada vez maior.
O mais bonito do bloco não é apenas a animação dos integrantes, mas a conexão que criam com quem os assiste. Muitos param para filmar, aplaudir e até mesmo cair no samba junto com eles. A energia é tão vibrante que logo se torna impossível não se deixar levar pelo compasso contagiante do tamborim e do surdo.
Desafios e Conquistas
Manter um bloco de idosos não é tarefa fácil. Os ensaios exigem disposição, e o calor do Carnaval pode ser desafiador. No entanto, nada disso impede os foliões de se entregarem à festa. Com pausas estratégicas, muita hidratação e o apoio de familiares e amigos, o Folia Eterna segue firme na missão de provar que Carnaval é para todas as idades.
Além do desfile, o grupo também promove rodas de samba ao longo do ano e realiza ações sociais em asilos e centros de convivência, levando a alegria do Carnaval para aqueles que não podem mais sair às ruas. Para eles, a música e a dança são mais do que entretenimento — são uma forma de manter o espírito jovem e ativo.
Onde Encontrar o Bloco Folia Eterna?
O desfile acontece todos os anos na sexta-feira de Carnaval, pelas ruas do centro histórico de São Paulo, com concentração na Praça da Sé. Se você ouvir o som do cavaquinho e um coro entoando as marchinhas mais tradicionais, não hesite em se juntar à festa. Afinal, no Carnaval, a idade é só um detalhe — o que importa mesmo é a vontade de celebrar a vida.